Texto: NOVA CASA
Autor:
Sidney Santborg
Como dizia aquela velha canção: “Meu mundo caiu...”.
Sim,
desmoronou tudo... E novamente fiquei entre as ruínas.
Sentado
nos escombros buscando entender. O que aconteceu?
Passou
um furacão por aqui? Ninguém me avisou para me preparar...
Talvez
o meu erro tenha sido achar que já podia mudar para nova casa.
Outra
canção já descrevia que, era engraçada, mas não tinha teto e nem nada.
Que
graça tem nisso? Se a primeira intempérie ela cai e o pior sobre mim.
Construí a nova casa no sonho, de forma equivocada, e me esqueci de terminá-la...
Sensação
de impotência quando se é vilão de um mal que nem sabia existir.
Sensação
estranha quando se imaginava algo e o algo era nenhum...
Nenhum
acordo firmado por palavras, um contrato que existia somente na alma.
Coisas
de um coração que fica se enganando com uma construção não firmada.
Agora
aqui sentado, as lembranças me veêm à mente... Como poderia ser diferente?
Esqueci-me
de tudo o que já vivi; esqueci-me o que aprendi ou devia ter aprendido.
Esqueci-me
de esquecer... Esquecer os questionamentos existentes em mim...
O
porquê do por quê? Do esperar sem ter... Do imaginar sem viver...
Esqueci
que o mais é menos; o menos é mais... Tem coisas que não podem ser ditas.
Novamente
junto os meus cacos... O tudo que sobrou de mim e tento me reinventar...
Limpar
toda essa sujeira... Sacudir a poeira e coser as minhas vestes rasgadas.
Lavar
do rosto as lágrimas e limpar todas as feridas deixadas...
Esperá-las
cicatrizar e tudo isso passar... E voltar a construir o meu mundo.
Onde
a nova casa seja alicerçada e o firme fundamento seja o real...
Fora
dos devaneios da mente e dos equivocados sonhos do algo.
Para
que eu possa entrar e sentir o chão sob os meus pés...
Onde
eu possa encontrar as suas paredes como proteção.
E um
teto de verdade que exista na razão, e não somente no coração.